29 de mar. de 2012

A "Huelga General" e a perda da compostura

Hoje vi os espanhóis tomados pela situação caótica da greve. 


O metrô ia funcionar pela manhã só até 9h30 e depois só retornaria de 17h até 21h. Então quem tinha que sair de casa tinha que ir logo. Assim sendo, lembrei dos terminais de ônibus de Fortaleza em um dia comum. 

Foi embora toda a "classe" européia. Aquela calma esperando todos entrarem na hora da fila foi embora, e em seu lugar surgiram palavrões e empurrões. Gente brigando e se estressando para começar o dia. E a mulher com o carrinho de bebê, que num dia normal entraria tranquilamente no vagão, ficou do lado de fora enquanto todos entravam apressadamente.

Nessa hora fica difícil não questionar essa educação. Começo a refletir como é  fácil ser civilizado com metrô pontual, médicos públicos, calçadas limpas e água de graça nos parques para você se refrescar quando quiser.

Como seria o nosso Brasil se pudéssemos ter tudo que se tem aqui na Europa? Como seríamos, nós brasileiros, se tivéssemos acesso a uma vida digna e a um mínimo necessário? Ainda teríamos o jeitinho brasileiro e o calor latino?

Civilidade se ensina na riqueza e na pobreza. Elegância não é sinônimo de luxo. Gentileza não é exclusividade do primeiro mundo. Eu conheci muita gente civilizada lá no Brasil. Ter educação é bom e melhor ainda é mostrar que continuamos educados  quando os outros esquecem de ser.

                                                                                             Gabriela Nunes




26 de mar. de 2012

Síndrome de Ulises

                                            


O imigrante é sempre um cidadão do mundo, mas muitas vezes esse movimento tem um preço. Atualmente na Espanha, surgiu um estudo denominado "El Sindrome de Ulises" ou "El síndrome del inmigrante con estrés crónico y múltiple". Um assunto delicado que devemos ficar  informados e verificar a gravidade e profundidade com que está sendo tratado. 

Viver em um novo contexto, a perda de contato com familiares e amigos, a perda da língua materna, distanciar-se da própria cultura, das paisagens e da sua terra natal, todos esses aspectos somados ao fato de ter que buscar uma nova posição social, muitas vezes, é sinônimo de estresse e conflitos, o que dificulta a adaptação e a realização plena como indivíduo.

Essa síndrome pode atingir os imigrantes "con y sin papeles", porque é causada pela forma como o país recebe os imigrantes e como o imigrante responde a tudo isso. Foi indentificada por Joseba Achotegui - Professor Titular da Universidade de Barcelona, diretor do SAPPIR ("Servicio de Atención Psicopatológica y Psicosocial a Inmigrantes y Refugiados") do Hospital de Sant Pere Claver e diretor do curso de Pós-graduação em  “Salud mental e intervenciones psicológicas con inmigrantes, refugiados y minorías” da Universidade de Barcelona. 

Muitas vezes passamos por momentos de aflição, angústia, tristeza e desinteresse, às vezes são só momentos, outras vezes esses sentimentos podem persistir. Olhe ao redor, perceba o que está acontecendo e identifique seus sentimentos. 

Busque ajuda, converse com outras pessoas, troque informações e procure um especialista. Uma intervenção psicológica ajuda a promover a retomada do equilíbrio e tranquilidade. Nunca é tarde para ir em busca da sua felicidade.

Gabriela Nunes
Psicóloga 
Mestra em Clínica Psicanalítica da Infância e Adolescência


Fique informado:

Não é depressão, é Síndrome de Ulisses

Os novos Ulisses


23 de mar. de 2012

Limite: ter ou não ter.

 

Em Barcelona, no jornal de hoje, saiu uma matéria sobre filhos agredindo os pais o que traz a tona novamente a questão do limite. Os índices cresceram 55% em relação ao ano passado. E,  mais outra informação, esta semana foi concluído um estudo feito pelo "Centre de Suport Psicologia e Reeducació" que concluiu que 93% dos professores acredita em uma dificuldade das famílias para colocar limites e impor obrigações domésticas ao filhos o que repercute no seu comportamento e aprendizagem em sala de aula. Fica constatado a importância da boa educação e o trabalho ativo dos pais, antes mesmo do trabalho dos educadores e surge o debate: "Como saber se meu filho tem limite?!"

Seu filho sabe obedecer? É capaz de cumprir uma ordem sua sem a sua presença para supervisionar? Seu filho sabe se comportar nos lugares e respeitar o espaço do outro? Aceita outras autoridades (professores, parentes, ou outros adultos quando estão sob sua responsabilidade)? Seu filho contesta suas determinações e solicitações continuamente? Consegue cumprir como o que lhe é proposto? Sabe a hora de parar de brincar? 

Vamos lá... muitas vezes as crianças tem necessidade de contestar, de saber por que tem que fazer isto ou aquilo, mas alguns perguntam o porquê, porque não querem fazer. Verifique se seus valores estão chegando da forma correta para seus filhos, muitos pais estão confusos quanto a isso e surge o questionamento: "Eu não fazia isso quando era pequeno, por que meu filho se comporta mal?"

Seja firme, não desvie sua atenção do que você quer, esteja presente, zele para que ele possa cumprir seus deveres (de casa e da escola), participe, tire suas dúvidas quando precisar, passe horas conversando quando perceber que ele precisa, saiam juntos, fortaleça o vínculo, a amizade, o carinho, o respeito. Seu filho não vai respeitar os limites que você quer impor porque sim. Tem que ter um motivo. Esse motivo pode ser porque lhe faz bem, porque é o certo, porque é o justo, porque você precisa que naquele momento ele faça silêncio, porque você espera que ele cumpra com suas responsabilidades. Porque você quer que ele cresça e seja uma pessoa do bem. Por isso.

As regras devem que ser construídas com a participação dele para fazerem sentido. Mutos professores fazem isso em sala de aula e muitos pais deviam fazer isso em casa. Explicar porque temos que ter espaços para as coisas (para não perdê-las e poder achar quando se precisa), explicar porque precisamos dividir as coisas com os outros (entre irmãos acontece sempre), por exemplo, são formas de deixar a regra clara e justificada e assim, muito mais fácil de ser cumprida.  

Então quando ficar em dúvida se está fazendo do jeito certo, pense: "Meu filho pode agir desta forma?" Agir assim com você, ou com o coleguinha que entrou em conflito, ou com a professora que ele não respeita. Pergunte a si mesmo se seu filho pode agir assim com o mundo. Afinal de contas é o mundo quem vai recebê-lo dentro de pouco tempo. E se você não educá-lo, o mundo vai.

Gabriela Nunes

13 de mar. de 2012

Vontade

Eu acordo todo dia com vontade de ser feliz. E essa vontade não passa.
Gabriela Nunes

12 de mar. de 2012

Tristeza

Não vale a pena fechar a porta. Só você que vai ficar sem luz. 
O mundo continua iluminado, e lindo, do lado de fora. 
                                                                                                      Gabriela Nunes

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